segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Fim-de-semana à beira-rio


Agora que Marina Luna começou a estudar é preciso aproveitar do fim-de-semana para organizar alguma atividade diferente e prazerosa. Para este primeiro weekend de estudante propus para Marina Luna ir ao Sitio Verde de Jorge Sendon em Vila Flor, à beira do rio Catú. Para fazer uma primeiríssima experiência de acampamento, peguei emprestada de Marisa uma barraca que ela comprou para os filhos, mas que foi muito pouco usada. Sábado às 9:30h da manhã nos encontramos com Jorge atrás da padaria e juntos fomos pro sitio. Desde a ultima vez que a gente tinha ido ali, em ocasião do aniversario de Jorge, eles se mudaram pra lá e agora estão morando na primeira construção do Sitio Verde em Vila Flora, uma grande cabana de troncos e palhas de carnaúba. Em baixo estão a cozinha e a sala de estar ao ar livre, na varanda, o quarto dos meninos e um banheiro. No andar de cima está o aposento de Jorge Sendon e Genilda.
Enzo e Juan, os meninos que moram ali, são coleguinhas de Marina Luna no Espaço Maturí. Quando chegamos, eles estavam brincando no rio e assim tive a tranqüilidade de montar a barraca sem muita criança por perto. Para o almoço Jorge Sendon preparou um leitãozinho assado; estão presentes no sitio também dois argentinos: um sobrinho de Sendon e um gordo amigo dele.
Testei o sinal Internet na varanda e está ótimo.
Depois do almoço os meninos ficaram brincando na barraca e os adultos continuaram à mesa conversando. Por volta das 3:00h da tarde descemos ao rio e tomamos banho brincando até quase escurecer. Enzo maravilhou todo mundo demonstrando-se ótimo remador, dominando o caiaque na correnteza do riacho sem problemas. Dois meninos que moram pertinho de aí, um pouco maiores que a turminha, exibiram-se pulando na água do alto de uma arvore.
À noite Jorge foi levar o sobrinho e o amigo dele para Pipa; quando ele voltou, tomamos café com pão e frutas, depois as crianças foram brincar no quarto e a gente trocou idéias por um pedaço. Quando Jorge decidiu abrir uma garrafa de vinho tinto, eu parti a cabeça do leitão e comemos o cérebro e a língua, verdadeiras guloseimas. Deitei com Marina Luna na rede da varanda e comecei a ler um livro para ela, mas, cansada de tanta atividade, a menina dormiu na hora mesmo que se acomodou no meu colo. Jorge e Genilda se retiraram no próprio quarto e eu fiquei lendo um pouco na rede antes de adormecer.
Durante a madrugada caiu uma breve chuva, mas o gato do mato, cuja possível aparição Jorge tinha me anunciado, não deu a cara.
Acordei bem cedinho, com o sol raiando no horizonte. Fiquei um tempinho curtindo esse momento ainda deitado na rede, depois levantei e dei uma caminhada pela propriedade. Quando voltei estavam já todos acordados, nos preparativos do café da manhã.
Tomado o café da manhã, descemos ao rio e fomos dar uma volta de caiaque: em um Genilda com Enzo e no outro eu com Marina Luna. Aproveitando do nível mais alto da água, por conta da maré grande destes dias, remamos até nunca eu tinha chegado antes; passamos a bifurcação do canal que liga o rio Catú ao Galhardo e continuamos pra frente. Saímos da mata e entramos numa ampla área alagada caracterizada pela presença de um capim baixo e bem verdinho. O riacho nesse trato é fino e sinuoso; após algumas centenas de metros o capim fecha o caminho e só nos restou voltar para trás. O silencio é quebrado só pelo canto dos pássaros: nesse quieto sossego Marina Luna deslizou entre minhas pernas e tirou um cochilo rápido. Quando a tia deixou Enzo remar um pouco, Marina Luna também quis treinar a remada.
Quando chegamos de volta ao sitio os dois meninos ficaram aprimorando a técnica por um bocadinho enquanto eu vigiava de molho no rio. Jorge desceu de carro e examinamos a estrutura em construção da cobertura do restaurante. Depois guardamos os caiaques e subimos a casa para almoçar.
Às 3:00h para entreter os meninos fomos dar uma volta de trenzinho até Vila Flor. Na volta atolamos na areia fofa e para tirar o carro dali foi um sufoco, mas afinal deu tudo certo. Os meninos se divertiram que só.
Ao voltar pro sitio desmontei a barraca e arrumei nossas bagagens para voltar pra casa em tempo útil para a janta. Jorge Sendon nos levou de volta para Pipa aonde chegamos pouco depois das 6:00h da noite. Depois de tanta carne assada, no jantar preparei um bom prato de espaguete para matar a saudade.