domingo, 13 de janeiro de 2008

Uma pequena viagem - parte 2

Se meu pai, nonno Ângelo, estivesse ainda vivo, hoje, 13 de janeiro de 2008, comemoraria o seu 79º aniversário. O ritmo da vida na vila de Gargalheiras em Acari é tão tranqüilo quanto na Ponta do Cabo Verde em Pipa; o tempo flui numa boa e as horas passam rapidamente, sem stress nem monotonia. Marina Luna fez amizade com Samuel, pequeno morador da vila, e os dois passam horas brincando juntos. Ontem esperamos um bocadinho que um rapaz que tem um caiaque para alugar aparecesse por aqui; quando enfim ele chegou, a desilusão foi grande: por um dia de aluguel do caiaque o rapaz pede 100 reais. Como achei realmente muito caro, ainda mais na baixa temporada, preferi nem pechinchar e ficou por isso mesmo. Vou tentar alugar uma canoa nativa, de um dos pescadores da vila: deve sair sem duvida mais barato. Enquanto Marina Luna brincava com Samuel fui dar uma caminhadinha na beira do açude. À tarde fomos caminhar até o paredão do açude e tiramos umas fotos bonitas. Com cuidado descemos até o fundo do vale, onde o riacho Acauã, em parte engolido pelo açude, volta à tona. Foi uma boa caminhada, toda pelas pedras, até chegar à nova nascente do riacho, numa poça não muito profunda de água cristalina. Foi muito bom tomar banho nesse lugar bonito! A caminhada de volta foi mais fácil, pois todo mundo sabe que escalar uma serra é melhor que descê-la. Quando chegamos à pousada tomamos um banho perfumado na banheira do quarto e fizemos um lanche reforçado com fruta, iogurte e biscoitos. Um amigo de Angelina chegou a cavalo; logo depois apareceram mais dois amigos dela [um casal] de carro. Todos sentaram na minha mesa e conversamos umas horas sobre assuntos interessantes e menos. Para o jantar de Marina Luna estou preparando todos os dias um pratinho de espaguete. Ontem o molho bem simples e gostoso foi feito com um tomate maduro em cubinhos e um ovo caipira. Cansadinha, Marina Luna deitou na rede que armamos para ela no alpendre no bistrô logo depois o jantar e dormiu na hora. Tinha acordado de 5:30 da manhã. Eu fiquei mais um tempo conversando com a galera e tentando enviar umas mensagens pelo e-mail, depois nos retiramos no nosso quarto e li um pouco o livro sobre a lenda das amazonas antes de dormir. Hoje acordamos pelo barulho feito por um teju que se arrastava no forro do quarto. O teju em questão tem até nome, Bento, e é um exemplar bem grande desse réptil. Pela manhã Marina Luna ficou brincando com Samuel enquanto eu conversava com Christian e Angelina, que hoje abriram o restaurante, sobre trilhas, passeios e algum projeto para realizarem juntos. Pro almoço hoje galinhada à moda de Christian com tortinha de batata, berinjela à africana e salada de abacaxi... o bicho!!! Logo depois tamanho almoço fui caminhando com as duas crianças até a vila para fazer a digestão e comer um sorvete. Depois do sorvete descemos no porto das canoas e ficamos umas horas ali brincando e curtindo o lugar nessa tarde exclusivamente nosso! Marina Luna e Samuel subiram em todas as canoas e ficaram pulando de uma para outra; depois inventaram de fazer algo de útil e começaram a tirar a água do fundo das canoas: eu deitei numa grande pedra lisa e fiquei só observando, estudando as linhas e o design das pequenas embarcações típicas da região! Passamos assim umas horas no porto em companhia de muitas garças e de um urubu também. De homem nem a sombra. Só quando estávamos já indo embora apareceram dois moleques que numa dessas canoas foram até umas pedras, perto das quais tinham botado uma rede. Também hoje tomamos um relaxante banho perfumado na banheira, com direito a café e leitura molhada. Na hora do jantar preparei espaguete com tomate e sardinha que devoramos literalmente. Depois do jantar Marina Luna deitou na rede e dormiu logo, enquanto eu fiquei escrevendo este relato. Agora vou dormir; boa noite.