terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O Natal da grande família de Zé Domingos

Nesta fotografia estão reunidas quatro gerações: a pequena Marina Luna, a mãe Sobelysse, a vovó Lourdes, a bisavó Dona Anair e titia Luciana.

Festa grande em casa de Zenildo para comemorar o Natal, reunindo uma família sempre maior. Ontem pela manhã arrumamos nossas bolsas, viajamos de Pipa por volta das 11:00h e chegamos em João Pessoa às 3:00h da tarde. Não apenas chegamos em Manaíra fomos comprar o presente do meu “amigo secreto” e um vestido verde para Sobelysse. Marina Luna recebeu da vovó Lourdes um completinho verde com bata azul floreal para usar no jantar de Natal, mas acabou usando um vestidinho cor de rosa, desde sempre sua cor preferida, que Arnaldo deu de presente pra ela.
Às 8:00h da noite a tia Lucia veio nos buscar e fomos para a casa de Zenildo. No jardim da casa duas longas fileiras de mesas avisam imediatamente que a festa vai ser grande. A bela casa de Zenildo e Carol é teatro perfeito para a reunião de uma grande família como esta. O patriarca Zé Domingos e Dona Anair presenciaram a comemoração do começo até o final, quando por volta das 3:00h da madrugada todo mundo foi embora. Marina Luna ficou brincando com alguns dos seus priminhos, Antônio José, Luan e Zé Lucas em particular. Às 22:00h quando a maioria dos familiares e convidados tinha se reunido, começou a troca dos presentes do “Amigo Secreto”: um jeito simpático de garantir uma lembrança para todos os participantes, que acaba se transformando no melhor momento da noite; cada um dos presentes fala alguma coisa, auspiciando votos e desejos e/ou fazendo alguma graça, depois entrega o brinde para a pessoa que tirou no sorteio que aconteceu com um mês de antecipação. Este ano a brincadeira principal consiste na eleição do presidente da Associação dos Maridos Manobrados pelas Mulheres: no caso a sigla deveria ser AMMM ou A3M, quiçá. Marina Luna tirou Taúa e deu para ela uma tornozeleira de prata. Recebeu do namorado de Janielle um vestido multicolorido e um bocadinho de acessórios para a mochila escolar. Sobelysse deu para Leo, filho de Tia Ana, uma camiseta e recebeu do sobrinho de Toninho um vestido estampado. Eu recebi uma camiseta de Luciana, mulher de Niltinho, e dei uma camiseta para Toninho.
O “Amigo secreto” terminou por volta da uma da madrugada. Então a grande família, que este ano reuniu mas de oitenta pessoas para comemorar juntos o Natal, formou uma corrente que começou em volta da mesa e ficou serpenteando na vasta sala inteira. Depois das orações o jantar foi liberado. Beto projetou numa parede umas apresentações que ele montou, mas poucos ficaram olhando, pois a mesa farta de cada atraente iguaria seduzia todos os sentidos. Jantamos assim por volta da 1:30h da madrugada: Marina Luna não comeu quase nada, cansada de tanto brincar, mas ainda excitada e tossindo um pouco. Voltamos para a casa de Manaíra acompanhados pela Tia Fátima. Marina Luna ainda conversou um pouco no carro falando da escola, mas capotou no colo da mãe antes de chegar em casa. Terminou assim a primeira parte desta grande comemoração de Natal da grande família de Zé Domingos & Co. Ainda hoje vamos trocar entre nos os presentes que esperam por baixo da arvore na casa de vovó Lourdes e depois vamos pela segunda parte da festa de Natal na casa de Zenildo: churrasco na piscina, comemorando também o aniversário de Manoelzinho. Marina Luna adora essa piscina!
Para a posteridade: os mais votados foram Niltinho, Fabinho, Elton e Tony, respectivamente designados presidente, vice-presidente, tesoureiro e secretário da associação dos maridos manobrados; Zé Domingos foi eleito presidente de honra.
As duas fotografias do Natal publicadas aqui foram tiradas por Toninho de SP, ao qual vai o nosso agradecimento.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A Ilha da Pipa

A morfologia geográfica da costa da região de Tibau do Sul mudou muito nos últimos séculos. Baste pensar que os nativos meus coetâneos lembram que, quando eram crianças, a praia se estendia compacta uns dois metros ou mais acima do nível atual¹ até os arrecifes, e que o ancoradouro dos barcos dos pescadores estava na praia do Curral.
Pessoalmente lembro que no caminho para a baia dos Golfinhos ainda uns 15 anos atrás existia um promontório que fechava a passagem na maré alta. A persistência da chuva e a violência das ondas do mar fizeram a própria parte num processo erosivo lento e constante. Com o passar do tempo uma grande pedra com uns cinco metros de altura ficou à vista. Já a passagem na maré alta não estava mais interditada, pois com cuidado dava para transitar entre a pedra e a falesia. Passou mais tempo e um dia a grande pedra sucumbiu à força das ondas e a metade superior partiu-se em muitos pedaços que despencaram para baixo e foram se acomodando ao redor da parte maior, que ficou no lugar, assim como a gente pode ver agora.
No fevereiro passado foi lançado, junto com outras publicações do mesmo autor ou por ele curadas, um breve tratado histórico de incontestável interesse: “A Praia da Pipa na Cartografia dos Séculos XVI e XVII” de Francisco Fernandes Marinho, erudito filho de “seu” Antonio Pequeno, ilustre poeta local. Trata-se de um livro editado em tiragem limitada pelo mesmo autor, por isso aconselho que os curiosos arranjem logo uma cópia. Eu vi umas poucas na banca da Pipa, à venda por cinco reais cada. Não percam.
Nos dois capítulos que constituem o breve tratado histórico o estudioso pipense relata a analise que fez dos documentos e mapas da costa do Nordeste brasileiro realizados nos séculos citados acima e expõe na Conclusão seu culto ponto de vista.
O professor Marinho apresenta a seqüência dos topônimos de Praia da Pipa que foram usados nos documentos antigos e acompanha a evolução do termo em tupi assim como o batismo com nome português do lugar.
O que atraiu de repente minha atenção foi a presença no mapa, publicado à página 8 do livro, de uma ilha bem junto a costa. No mapa de 1574, “Capitanias Hereditárias” de Luís Teixeira, cujo original está conservado na Biblioteca da Ajuda em Portugal, a ilha está representada na frente de Itacoatisara, a 6º ao sul do Equador.
Na página 20 do seu livro, o professor Marinho ressalta um trecho do “Roteiro Geral com largas informações de toda a Costa do Brasil” de Gabriel Soares de Sousa, 1587, onde o autor tanto usou o topônimo Itacoatigara quanto o “ponta da Pipa” afirmando que:
“Do porto de Búzios a Itacoatigara são nove léguas, e este rio se chama deste nome por estar em uma ponta dele uma pedra de feição de pipa como ilha, a que o gentio por este respeito pôs este nome, que quer dizer ponta da Pipa; mas o próprio nome do rio é Garatuí, o qual está em altura de seis graus. Entre esta ponta e o porto dos Búzios está a enseada de Tabatinga, onde também há surgidouro e [...] De Itacoatigara ao rio de Guaramataí são duas léguas...”.
Na sua conclusão o professor Marinho refere-se às duas pedras que se destacavam em toda a orla marítima da porção de terras da Praia da Pipa identificando e localizando respectivamente a Itacoatiara², a “Pedra mais bonita” ou “Pedra principal de cor amarelada”, onde agora fica a conhecida Pedra de São Sebastião, no atual ancoradouro dos barcos da região, e a Itapuiparaceitaba, a “Pedra delgada, fina, em folhedos, inclinada para o mar” como a atualmente conhecida Pedra do Moleque.
Considerando que assim como está presente no mapa de 1574 a ilha da Pipa desaparece nos mapas do século seguinte, cheguei a conclusão que também essa ilhota em forma de barril sucumbiu à erosão e sumiu. Também neste caso, no começo deve ter sido um promontório na falesia que foi com o tempo separando-se do continente até formar uma ilha, com um núcleo de rocha, bem perto da costa. A incessante erosão produzida pelo impacto das ondas acabou derrubando tudo e cancelando a ilha da Pipa de todos os mapas futuros. É assim provável que as pedras espalhadas no atual ancoradouro sejam os pedaços do coração da ilha da Pipa.
Aplicando à Itapuiparaceitaba a mesma ação da Natureza que fez desaparecer do mapa a Itacoatiara, entendemos a presença de tantas rochas espalhadas naquela ponta e enfim louvamos a Pedra do Moleque como último vestigio de um rochedo bem maior.
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¹ - Gaspar Moreira, proprietario do "Casarão", me contou que onde agora está o restaurante dele já foi a casa da avó; quando ele era criança, de um lado e do outro da casa tinha a vegetação tipica de restinga e nada mais; a praia estava à mesma altura da varanda da casa.
² - Segundo Juvandi de Souza Santos, professor de Arqueologia e História do Brasil/UEPB, no seu livro “Ocorrências de Itacoatiaras na Paraíba” publicado pela JRC Editora, o termo tupi itacoatiara (ita = pedra + kwatia = riscada) significa pedra com inscrições. No seu "Dicionário de Topônimos Brasileiros de Origem Tupi", publicado pela Traço Editora, Luis Caldas Tibiriçá simplifica, mas não esclarece: itá-cuatiara é pedra pintada. Tinha alguma inscrição rupestre na ilha da Pipa ou simplesmente se tratava das cores da falesia?
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Para ver e eventualmente fazer o download do mapa do 1574 “Capitanias Hereditárias” de Luís Teixeira com uma boa resolução da imagem clique aqui.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Promessa de aniversariante

Prometo passar o maior tempo possível com as pessoas que amo, às quais vou propor sempre um intercambio positivo. Cada dia vou continuar dedicando uma meia hora de manhã, apenas acordado, e meia hora à noite para fazer uma analise respectivamente do que me espera e do acontecido durante a jornada em questão. Vou considerar possibilidades e imprevistos e avaliar resultados e conseqüências pois isto me ajuda bastante para encontrar as soluções que resolvem os problemas quotidianos. Prometo cuidar mais da minha alimentação e praticar outro esporte além do xadrez. Prometo enfim me esforçar para ser feliz e continuar com toda a minha sorte!