segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Fim-de-semana à beira-rio


Agora que Marina Luna começou a estudar é preciso aproveitar do fim-de-semana para organizar alguma atividade diferente e prazerosa. Para este primeiro weekend de estudante propus para Marina Luna ir ao Sitio Verde de Jorge Sendon em Vila Flor, à beira do rio Catú. Para fazer uma primeiríssima experiência de acampamento, peguei emprestada de Marisa uma barraca que ela comprou para os filhos, mas que foi muito pouco usada. Sábado às 9:30h da manhã nos encontramos com Jorge atrás da padaria e juntos fomos pro sitio. Desde a ultima vez que a gente tinha ido ali, em ocasião do aniversario de Jorge, eles se mudaram pra lá e agora estão morando na primeira construção do Sitio Verde em Vila Flora, uma grande cabana de troncos e palhas de carnaúba. Em baixo estão a cozinha e a sala de estar ao ar livre, na varanda, o quarto dos meninos e um banheiro. No andar de cima está o aposento de Jorge Sendon e Genilda.
Enzo e Juan, os meninos que moram ali, são coleguinhas de Marina Luna no Espaço Maturí. Quando chegamos, eles estavam brincando no rio e assim tive a tranqüilidade de montar a barraca sem muita criança por perto. Para o almoço Jorge Sendon preparou um leitãozinho assado; estão presentes no sitio também dois argentinos: um sobrinho de Sendon e um gordo amigo dele.
Testei o sinal Internet na varanda e está ótimo.
Depois do almoço os meninos ficaram brincando na barraca e os adultos continuaram à mesa conversando. Por volta das 3:00h da tarde descemos ao rio e tomamos banho brincando até quase escurecer. Enzo maravilhou todo mundo demonstrando-se ótimo remador, dominando o caiaque na correnteza do riacho sem problemas. Dois meninos que moram pertinho de aí, um pouco maiores que a turminha, exibiram-se pulando na água do alto de uma arvore.
À noite Jorge foi levar o sobrinho e o amigo dele para Pipa; quando ele voltou, tomamos café com pão e frutas, depois as crianças foram brincar no quarto e a gente trocou idéias por um pedaço. Quando Jorge decidiu abrir uma garrafa de vinho tinto, eu parti a cabeça do leitão e comemos o cérebro e a língua, verdadeiras guloseimas. Deitei com Marina Luna na rede da varanda e comecei a ler um livro para ela, mas, cansada de tanta atividade, a menina dormiu na hora mesmo que se acomodou no meu colo. Jorge e Genilda se retiraram no próprio quarto e eu fiquei lendo um pouco na rede antes de adormecer.
Durante a madrugada caiu uma breve chuva, mas o gato do mato, cuja possível aparição Jorge tinha me anunciado, não deu a cara.
Acordei bem cedinho, com o sol raiando no horizonte. Fiquei um tempinho curtindo esse momento ainda deitado na rede, depois levantei e dei uma caminhada pela propriedade. Quando voltei estavam já todos acordados, nos preparativos do café da manhã.
Tomado o café da manhã, descemos ao rio e fomos dar uma volta de caiaque: em um Genilda com Enzo e no outro eu com Marina Luna. Aproveitando do nível mais alto da água, por conta da maré grande destes dias, remamos até nunca eu tinha chegado antes; passamos a bifurcação do canal que liga o rio Catú ao Galhardo e continuamos pra frente. Saímos da mata e entramos numa ampla área alagada caracterizada pela presença de um capim baixo e bem verdinho. O riacho nesse trato é fino e sinuoso; após algumas centenas de metros o capim fecha o caminho e só nos restou voltar para trás. O silencio é quebrado só pelo canto dos pássaros: nesse quieto sossego Marina Luna deslizou entre minhas pernas e tirou um cochilo rápido. Quando a tia deixou Enzo remar um pouco, Marina Luna também quis treinar a remada.
Quando chegamos de volta ao sitio os dois meninos ficaram aprimorando a técnica por um bocadinho enquanto eu vigiava de molho no rio. Jorge desceu de carro e examinamos a estrutura em construção da cobertura do restaurante. Depois guardamos os caiaques e subimos a casa para almoçar.
Às 3:00h para entreter os meninos fomos dar uma volta de trenzinho até Vila Flor. Na volta atolamos na areia fofa e para tirar o carro dali foi um sufoco, mas afinal deu tudo certo. Os meninos se divertiram que só.
Ao voltar pro sitio desmontei a barraca e arrumei nossas bagagens para voltar pra casa em tempo útil para a janta. Jorge Sendon nos levou de volta para Pipa aonde chegamos pouco depois das 6:00h da noite. Depois de tanta carne assada, no jantar preparei um bom prato de espaguete para matar a saudade.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

1º dia de escola

A partir de hoje Marina Luna é oficialmente uma estudante!

Uma pequena viagem - parte 5

Sábado é dia de feira em Santa Luzia e todas as semanas Zé Domingos vai pra rua fazer as compras. Quando estamos na fazenda nós vamos também. Desta vez fomos procurar um par de botas novas para Marina Luna. Ela ganhou um par de botas usadas na época do Brechó da Sosó na pousada Cabo Verde, no ano passado, mas já estão acabadas e não dá mais para usá-las. Nas lojas de sapatos de Santa Luzia descobrimos que as botinhas de vaqueiro só estão à venda na época do S. João, assim rodamos toda a cidade sem resultados. Conseguimos pelo menos encontrar um fotografo para fazer as fotografias para levar na escola. Já no caminho de volta para a fazenda, Zé Domingos parou o carro na frente do hospital para Dona Anair medir a pressão; eu vi mais uma loja de sapatos no outro lado da rua e fomos correndo: ali compramos umas bonitas botinhas de couro preto... wow! Marina Luna gostou demais e não quer tirar dos pés! Quando voltamos na fazenda terminei de arrumar as nossas bolsas para estar prontos quando Beto chegar, para ir de carona com ele até JP e dali para Pipa de ônibus. Às 11:30 almoçamos e de Beto nenhuma noticia. Zé Domingos me chamou para jogar uma partida com ele e Alex enquanto Marina Luna ficou brincando com Dominguinhos de corre-corre com as botas novas. De repente Beto chegou, almoçou e depois viajamos. Nos despedimos de Zé Domingos e Dona Anair com a promessa de voltar logo que poder. Na viagem para JP Beto foi parando em todo canto para lanchar, tomar um café, um conhaque com mel, uma águinha, abastecer o carro, etc. assim chegamos na capital paraibana só de sete horas, tarde demais para pegar um ônibus pra Pipa. Pedi então para Beto nos deixar na casa da vovó Lourdes de onde avisamos Sobelysse que não ia dar para chegar lá no mesmo dia. Após tomar um banho, Marina Luna foi com a avó no parquinho do Habib’s e voltaram só mais tarde trazendo uma pizza. Eu armei uma rede e fiquei lendo um pouquinho. Quando elas chegaram jantamos juntos e fomos deitar. Marina Luna dormiu logo; eu ainda fiquei um pouco jogando xadrez na web, mas deitei em seguida para acordar cedo. Às 6:00h da manhã estava já acordado para organizar tudo e conseguir pegar os ônibus das nove horas sem stress. Às 7:00h acordei Marina Luna e depois do leitinho tomamos banho e nos arrumamos. Às 8:00h em ponto, prontos para partir, fomos detidos pela vovó Lourdes que disse que ia pedir para Crisley levar-nos para a rodoviária. Ficamos assim perdendo um tempaço; Crisley chegou atrasadíssimo e quando alcançamos a estação rodoviária o ônibus tinha já saído. Esperamos um bocadinho ali na frente e acabamos indo para Goianinha de lotação. Domingo, 20 de janeiro chegamos enfim em casa na hora do almoço e Sobelysse preparou pra gente um pratão de espaguete.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Uma pequena viagem - parte 4

As atividades na fazenda de Zé Domingos começam muito cedo; por volta das 5:00h todo mundo levanta da cama e em breve continuar a dormir vira um verdadeiro desafio, pois o barulho é grande. Às vezes fico mais um pouco deitado na rede escutando [querendo ou não querendo] no rádio as noticias locais em forma de cantoria: programa muito simpático... às 5:30h na FM Santa Luzia. Mas o que gosto mesmo de fazer é levantar-me e, sem falar muito com ninguém, sair para dar uma caminhada na região. Já tenho um itinerário preferido, mas de vez em quando opto por um passeio diferente. Marina Luna, ao contrario de mim, não se importa muito com o barulho; toma um leitinho ainda no sono e continua dormindo por um pedaço. Caminhar por ruas e trilhas poeirentas escutando o canto dos passarinhos é bom demais. Os pensamentos fluem leves na cabeça e a harmonia é total. A maioria dos encontros que faço durante estas caminhadas é com animais: vacas, cabras, burrinhos... muitos pássaros e outras aves! Hoje fotografei umas corujas muito bonitas: duas menores da espécie burraqueira e uma grande suindara, bastante rara na região.

Quando Marina Luna enfim se levanta, corre nos galinheiros à procura de ovos recém postos. Com o maior cuidado leva os ovos ainda quentes na despensa toda orgulhosa e contente; a vovó Anair então frita na manteiga um ovinho desses para ela comer com pão. Se não tem nada mais importante e urgente para fazer, Zé Domingos passa a manhã e a tarde jogando baralho, num interminável torneio de buraco, apostando dois reais à partida para apimentar um pouco o jogo. Às vezes eu mesmo sou convidado a jogar e fico envolvido um pedaço à mesa; mas sempre que posso passar a bola pra alguém, eu passo, pois não me amarro muito no baralho. Nestes dias consegui pela primeira vez ganhar duas partidas... uma foi ontem e hoje a segunda. Não é nada fácil ganhar uma partida deles, por que Zé Domingos e seus parceiros jogam todos os dias e estão treinadissimos; eu não tenho muita malicia e não consigo lembrar-me todos os descartes... Às 11:30h Dona Anair chama todo mundo para almoçar: trabalhadores, jogadores, parentes e amigos. Na mesa a comida tipica regional preparada pela dona da casa: fejão verde ou mulatinho com costelas de boi, arroz de leite, carne de sol assada, galinha na panela, jerimum, batata doce, farofa de cuscus, suco de fruta de acerola, goiaba, manga, etc. conforme a disponibilidade da despensa; Marina Luna demora sempre um pouco para acostumar-se aos temperos diferentes, mas adora a carne de sol assada.
Nas horas mais quentes do dia é indispensável ficar na sombra, pois o calor é grande. Todo mundo só fala da chuva, que passa longe, mas não chega ainda. Só na quinta feira choveu um pouco à tarde e faltou até a energia elétrica; como demorou em voltar, ao escurecer a fazenda pareceu voltar atrás no tempo, quando só tinha candeeiros e velas. Por volta das 3:00h da tarde já se pode sair para dar uma caminhada ou ir ao pomar coletar as frutas maduras: acerola, goiaba, manga, limão, romã, pinha, banana, laranja... Mas o lugar preferido de Marina Luna à tarde é o curral: outro dia fizemos amizade com uma bezerra marrom que adorou as cascas de banana que a gente deu pra ela. A bezerra pegava e engolia a comida num gesto só, enroscando a linguona. Marina gosta de subir no recinto da vacina e brincar trepada em cima das tabuas mais altas. É dali que a gente assiste o pôr-do-sol; a bola incandescente desaparece atrás das serras longínquas e todos os animais se preparam para descansar. Às 6:00h dona Anair chama de novo todo mundo ao redor da mesa para a janta. O jantar preferido de Zé Domingos é uma tigela de leite com batata doce amassada e pedacinhos de carne de sol assada. Mas na mesa, assim como na hora do almoço, a escolha é variada. Assim como começam cedo, as atividades na fazenda também terminam cedo: por volta das sete horas Zé Domingos arma a rede e assiste o jornal na TV já deitado. Antes que o noticiário termine, ele está já dormindo. Dona Anair ainda fica um pouco acordada para assistir a novela. Marina Luna na rede lê seu gibi tomando leitinho. Quando todos dormir, eu costumo ficar ainda um pouco sentado fora de casa, olhando as estrelas e a lua. O vale do Riacho da Serra fica em silencio até o primeiro galo cantar.
Hoje foi o 77º aniversário de nonna Giovanna, à qual ligamos para os parabéns.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Uma pequena viagem - parte 3

Segunda feira de manhã acordei bem-disposto: depois ter tomado umas xícaras de café e refletido um pouco sobre os mistérios do universo, decidi que tinha chegado a hora de lavar a roupa suja. Como estamos viajando com bagagem reduzida, após alguns dias a roupa limpa faz logo falta... também por que sempre tem aquela camiseta que a pessoa gostaria de usar todos os dias assim como a calça no fundo da mala que acaba não usando nunca. Em auxilio à minha boa vontade foi muito útil a presença de um tanquinho na pousada, que ajuda muito psicologicamente. Contudo a peça fundamental nesse caso è uma escova para tirar as manchas mais resistentes. Marina Luna e o sempre presente Samuel ficaram assim brincando na área enquanto eu esfregara a roupa. Conversando com Angelina fiz a proposta de comprar uns litros de gasolina para dar uma volta no açude com o barquinho a motor deles; ela aceitou na hora e logo foi comprar o combustível. Na vila de Gargalheiras não tem lojas ou comércios: outro dia comprei os sorvetes para as crianças na casa de uma senhora e Angelina e Christian compram a gasolina de um pescador que sempre tem muita estocada. Para qualquer compra deve-se ir até Acari e, assim como no Riacho da Serra, no inteiro povoado só existe um telefone público, que nem sempre funciona; mas que funcionou perfeitamente sábado, quando liguei pra nonna Giovanna. Depois ter consumido um lanche reforçado descemos até o açude, aprontamos o barquinho e zarpamos para conhecer todo o açude. A primeira parada foi na fazendinha de Ferreira, que ele transformou em pousada batizando-a “Pé-de-Serra”. O 1º premio do torneio de xadrez do ano passado foi um fim de semana nessa pousada. Como Ferreira não estava ali só ficamos um pouquinho e logo fomos embora. Continuando a nossa travessia num cenário natural encantado, reconhecido como uma das sete maravilhas do RN, chegamos à vila de Bulhões, bem no fundo do açude. Caminhando na lama preta fomos conhecer o povoado, apesar do receio de Angelina em deixar o barco sem custodia. A vila de Bulhões é constituída de mais ou menos umas vinte casas de pescadores, um mercadinho e dois botequins, um com uma mesa de sinuca. Na casa de uma amiga de Angelina fomos presenteados com muitas mangas, seja da espada que da rosa. Muitos pescadores foram perguntar-nos se o barco a motor fosse nosso, pois estavam preocupados com uma fiscalização do Ibama; tranqüilizados fizeram largos sorrisos. Na volta passamos perto da “prainha” para comer alguma coisa num barzinho na beira, mas estavam fechados os dois. Nos rochedos que ficam no meio do açude avistamos um montão de garças brancas. Passamos bem perto do marco da profundidade do açude e voltamos para o porto de partida, onde atracamos por volta das 5:00h da tarde. Quando perguntei para Marina Luna se gostou do passeio, ela foi lapidária: “Foi uma aventura e tanto! Gostei muito!”. Tomamos aquele banho perfumado e relaxante na nossa banheira e depois fomos dar uma caminhada até a vila, só pra esticar as pernas. Na volta preparei a arrumação noturna na palhoça [rede para Marina Luna e notebook conectado para mim], deixei Malu brincando um pouco com o “jogo do cachorrinho” e fui preparar nosso jantar: espaguete ao molho gostosinho. Marina Luna jantou, tomou o leitinho e dormiu numa seqüência muito rápida. Por volta da meia-noite fiz a mudança e nos retiramos no nosso quarto; Marina Luna fica no meio da cama de casal enquanto eu prefiro dormir [e ler um pouco antes] na rede. Terça feira acordamos com a idéia de mover-nos e ir pra outro canto: como os dias são contados decidimos ir diretamente para a fazenda de Zé Domingos. De manhã fui com Christian para Acari à caça do mapa do açude, sobre o qual estudar os itinerários de trilhas e remadas. Não conseguimos na prefeitura nem no DNOCS. Descendo do buggy bati na armação do pára-brisa e quebrei meus óculos. No mercadinho comprei fruta, biscoitos e iogurtes para os lanches e os ingredientes para preparar uma macarronada de despedida na pousada. Depois do almoço deixei Marina Luna brincando com Samuel por baixo da palhoça e fui arrumar as malas. Cinco minutos depois chegou minha filhota correndo e gritando: “papai, caiu meu dente!”. Abracei a pequena, perguntei se tinha se machucado e, quando respondeu que não, a tranqüilizei: “não se preocupe que vai nascer um dente novo no lugar desse que caiu”. Fomos no lugar do acidente e achei o dentinho num canto. Guardei-o numa garrafinha com água e sal, pois a mãe de Samuel disse que talvez um dentista pudesse colocá-lo de volta. Nos despedimos de Angelina e Christian e de moto-taxi fomos pra Acari. Na praça principal perguntei sobre ônibus ou lotações na direção certa, mas como já sabia não existe transporte público entre o seridó potiguar e o paraibano. Pechinchando por um quarto de hora consegui um preçinho camarada para ir até o Riacho da Serra de táxi e assim fomos. Marina Luna comeu uva escutando musica no player digital que ganhou de Tito Rosemberg e depois cochilou uma meia-hora. Chegamos na fazenda de Zé Domingos antes do anoitecer, quase na hora do jantar. Fomos destinados ao quarto da frente, que atualmente de dia serve como sala de jogo para o “buraco” de Zé Domingos. À noite tentei avisar Sobelysse da nossa chegada no sitio, mas não consegui comunicar-me com ela.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Uma pequena viagem - parte 2

Se meu pai, nonno Ângelo, estivesse ainda vivo, hoje, 13 de janeiro de 2008, comemoraria o seu 79º aniversário. O ritmo da vida na vila de Gargalheiras em Acari é tão tranqüilo quanto na Ponta do Cabo Verde em Pipa; o tempo flui numa boa e as horas passam rapidamente, sem stress nem monotonia. Marina Luna fez amizade com Samuel, pequeno morador da vila, e os dois passam horas brincando juntos. Ontem esperamos um bocadinho que um rapaz que tem um caiaque para alugar aparecesse por aqui; quando enfim ele chegou, a desilusão foi grande: por um dia de aluguel do caiaque o rapaz pede 100 reais. Como achei realmente muito caro, ainda mais na baixa temporada, preferi nem pechinchar e ficou por isso mesmo. Vou tentar alugar uma canoa nativa, de um dos pescadores da vila: deve sair sem duvida mais barato. Enquanto Marina Luna brincava com Samuel fui dar uma caminhadinha na beira do açude. À tarde fomos caminhar até o paredão do açude e tiramos umas fotos bonitas. Com cuidado descemos até o fundo do vale, onde o riacho Acauã, em parte engolido pelo açude, volta à tona. Foi uma boa caminhada, toda pelas pedras, até chegar à nova nascente do riacho, numa poça não muito profunda de água cristalina. Foi muito bom tomar banho nesse lugar bonito! A caminhada de volta foi mais fácil, pois todo mundo sabe que escalar uma serra é melhor que descê-la. Quando chegamos à pousada tomamos um banho perfumado na banheira do quarto e fizemos um lanche reforçado com fruta, iogurte e biscoitos. Um amigo de Angelina chegou a cavalo; logo depois apareceram mais dois amigos dela [um casal] de carro. Todos sentaram na minha mesa e conversamos umas horas sobre assuntos interessantes e menos. Para o jantar de Marina Luna estou preparando todos os dias um pratinho de espaguete. Ontem o molho bem simples e gostoso foi feito com um tomate maduro em cubinhos e um ovo caipira. Cansadinha, Marina Luna deitou na rede que armamos para ela no alpendre no bistrô logo depois o jantar e dormiu na hora. Tinha acordado de 5:30 da manhã. Eu fiquei mais um tempo conversando com a galera e tentando enviar umas mensagens pelo e-mail, depois nos retiramos no nosso quarto e li um pouco o livro sobre a lenda das amazonas antes de dormir. Hoje acordamos pelo barulho feito por um teju que se arrastava no forro do quarto. O teju em questão tem até nome, Bento, e é um exemplar bem grande desse réptil. Pela manhã Marina Luna ficou brincando com Samuel enquanto eu conversava com Christian e Angelina, que hoje abriram o restaurante, sobre trilhas, passeios e algum projeto para realizarem juntos. Pro almoço hoje galinhada à moda de Christian com tortinha de batata, berinjela à africana e salada de abacaxi... o bicho!!! Logo depois tamanho almoço fui caminhando com as duas crianças até a vila para fazer a digestão e comer um sorvete. Depois do sorvete descemos no porto das canoas e ficamos umas horas ali brincando e curtindo o lugar nessa tarde exclusivamente nosso! Marina Luna e Samuel subiram em todas as canoas e ficaram pulando de uma para outra; depois inventaram de fazer algo de útil e começaram a tirar a água do fundo das canoas: eu deitei numa grande pedra lisa e fiquei só observando, estudando as linhas e o design das pequenas embarcações típicas da região! Passamos assim umas horas no porto em companhia de muitas garças e de um urubu também. De homem nem a sombra. Só quando estávamos já indo embora apareceram dois moleques que numa dessas canoas foram até umas pedras, perto das quais tinham botado uma rede. Também hoje tomamos um relaxante banho perfumado na banheira, com direito a café e leitura molhada. Na hora do jantar preparei espaguete com tomate e sardinha que devoramos literalmente. Depois do jantar Marina Luna deitou na rede e dormiu logo, enquanto eu fiquei escrevendo este relato. Agora vou dormir; boa noite.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Uma pequena viagem - parte 1

Afinal conseguimos organizar-nos para viajar uns dias antes que comecem as aulas para Marina Luna. Talvez Sobelysse consiga tirar dois dias de férias e alcançar-nos. No começo a gente considerou a hipótese de ir acampar em algum canto, com barraca e tudo o resto. Marina Luna se empolgou escutando-me contar-lhe as historias das viagens que fiz quando era bem jovem... com barraca, saco de dormir, em moto, trem, carona, a pés, de bicicleta; a gente anda lendo e relendo quase todo dia um livro em italiano do book shop sobre acampamento, viagens etcetera... nesse livro tem cada coisa!!! Eddy Pólo lembrou pra gente que o irmão dele tem um camping/colônia de férias no interior de Minas Gerais, mas eu achei muito longe chegar até lá. No entanto acabamos saindo sem saber bem para onde ir... a idéia é curtir um pouco a natureza num canto diferente do nosso pedacinho de paraíso na praia. Eu gostaria dum pouco de aventura, feito assim, sei lá, uma excursão de canoa num rio ou um açude; caminhar por umas trilhas para ver inscrições rupestres antiguíssimas. Falei com Ferreira que montou uma pousada na beira do açude Gargalheiras em Acari; ali ele tem umas canoas e no website da pousada li a descrição de umas trilhas bem interessantes na região... Ferreira não sabe se vai abrir a pousada nessa época, pois para ele agora ali é baixa temporada. Ele vai pra pousada só se um grupo de não sei de aonde confirmar a reserva. Terça feira à tarde saímos de Pipa com o ônibus das 15:20h e chegamos em Natal só por volta das 5 horas. Pesquisamos os preços das maquinas fotográficas no shopping e depois fomos pro centro, mas todas as lojas já estavam fechando. Demoramos muito para sair de Pipa e chegamos em Natal muito tarde. Decidimos assim de dormir em Natal e comprar a maquina fotográfica e viajar pro sertão só na manhã seguinte. Pensei em pedir hospedagem por uma noite para Dante, assim fomos na Ribeira e descobrimos que a pizzaria dele está fechada no janeiro. Assim me lembrei do convite de Paolo para dispor da sua hospitalidade e liguei pra ele. Em Ponta Negra jantamos num restaurante popular e fomos dormir na casa de Paolo. Quarta de manhã pesquisamos mais um pouco os preços das câmaras fotográficas e acabamos comprando nossa “cybershot” numa loja na av. Rio Branco. Desde o nascimento de Marina Luna eu queria comprar uma maquina dessa e só agora conseguimos. Visitamos também todos os sebos do centro procurando o livro de Olavo de Medeiros sobre os fenícios e encontramos o livro [não à venda] no Instituto Histórico e Geográfico do RN. Assim como Castelo Branco no seu “Pré-história do Brasil”, Medeiros acha delirantes algumas afirmações de Schwennhagen, que também a meu parecer forçou um pouco para convalidar sua teoria. As nossas malas estão um pouco pesadas; a gente precisa se organizar para carregar só as coisas essenciais. Ontem Marina Luna acabou perdendo seu bichinho de pelúcia branco... esquecido no ônibus ou no shopping! Ás 2:00h da tarde finalmente pegamos o ônibus para Acari aonde Angelina vai nos hospedar. A pousada dela também está fechada na baixa temporada e abre só em alguns fim de semanas. Quando chegamos em Acari estava começando a escurecer. Liguei pra Angelina, compramos umas coisinhas no mercadinho e de moto-taxi fomos pra prainha; ali ela estava nos esperando com o barquinho a motor para atravessar o açude. A casa no sitio de Angelina e Christian é simples, mas aconchegante. Marina Luna fez logo amizade com Sara e ficaram brincando. Tomamos um banho regenerante, jantamos e fomos olhar as estrelas cadentes deitados num rochedo perto da casa. Deitados na rede, li pra Malu todas as historinhas do gibi que compramos no sebo. Eu fiquei acordado até meia-noite e meia esperando a bateria da câmara carregar, depois dormi também. Um ventinho constante me balançou na rede a noite inteira. Sexta feira acordamos às 7:00h da manhã; Marina Luna foi pescar no tanque com Sara e eu testei a conexão da Internet, mas não encontrei sinal nenhum. Às 10:00h atravessamos de barco o açude e voltamos do outro lado. Numa barraca de praia comemos isca de peixe e bebemos água de coco. Logo que chegamos no Bistrô de Angelina, Marina Luna conheceu e fez amizade com Samuel, 6 anos, que mora ao lado da pousada. No banheiro do nosso quarto tem uma caixa d’água feito banheira. Que beleza! Com Christian fomos de buggy na cidade, almoçamos e comemos sorvete num self-service, compramos mais umas coisinhas [fruta, biscoito, espaguete, etc.] no mercadinho da praça e voltamos para Gargalheiras. Às 5:00h Angelina e Christian voltaram pro sitio de barco para cuidar dos animais; Marina Luna e eu ficamos sozinhos na pousada. Num único cantinho da área descobri um sinal fraco de Internet que deixa você [armado de bastante paciência] enviar umas mensagens e nada mais. Tentei me comunicar com Sobelysse pelo skype, mas não consegui; ao contrário consegui trocar umas mensagens com Giovanni, assim penso que o skype de Sosó esteja mal configurado. Para o jantar preparei um prato de espaguete que Marina Luna comeu já fechando os olhos de sono. Marina Luna cansada dormiu não apenas deitou na cama; na rede, eu ainda li um pouco e depois dormi também. Hoje Marina Luna acordou muito cedo [às cinco e meia da manhã] e ficou tirando fotografias no jardim até eu não levantar. Às oito horas chegou Angelina e tomamos o café da manhã. Hoje vamos tentar arrumar um caiaque para dar uma volta no açude remando.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

A inteligência do polvo

Os cientistas dizem que o polvo, cefalópode invertebrado habitante dos oceanos, é um animal extremamente inteligente com grande volume cerebral; comparadas atitudes e capacidades, o polvo é considerado mais inteligente que o cavalo.

Eu acho que se o polvo fosse tanto inteligente como se diz, não seria tão gostoso!!!