segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

[meu sertão] O quilômetro lançado


O "km lançado" é uma prova especial em bicicleta, que faço toda vez que vou à rua, se não tiver vento contrario. Com vento contrario, a bicicleta não pega uma boa velocidade e a brincadeira acaba.
Saindo do Sítio Araras pela pista de terra, quando chegar bem no alto do morro, começa a estrada de asfalto. Por razões que desconheço, a última porção dessa estrada não foi nunca mais asfaltada nos anos que se passaram desde cheguei por aqui. Da inserção da pista de terra até a capelinha na beira da estrada do finado Antonio Vicente, que faleceu no local, tem um quilômetro exato de descida.
A finalidade é percorrer todo o trecho do "km lançado" sem pedalar, sem frear e esquivando o maior numero de buracos, abundantemente espalhados no meio do caminho. Existe um percurso ideal, mas é muito fácil sair dele e partir para uma das inúmeras variantes.
Em condições favoráveis, fazendo um percurso limpo e obtendo uma boa velocidade, ao chegar no fundo da descida, pode-se aproveitar do impulso para percorrer a parte plana e vencer uma porção da subida. Algumas pedras, um canal pluvial e a descida para uma porteira são as referencias do resultado obtido.
A partir desse ponto, a prova especial termina e eu volto a pedalar, pela estrada que sobe, desce, ai passa por um mata-burro, depois vem a subida do Quilombo, o Quilombo, a descida do Quilombo e, finalmente, chega-se na periferia da cidade do Itajá, sede do município ao qual pertence o Sítio Araras

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Simplifique sua vida... desligue o motor


[meu sertão] pedalada do domingo à tarde. 22 km - ida e volta do Sítio Araras ao Sítio Medubim.
...
Simplifique sua vida... Desligue o motor [carro, moto etc]... e pedale !!! Sua saúde, seu bolso e o planeta inteiro agradecem.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Meditando no balanço da rede


[meditando no balanço da rede] Esforçar-se para compreender o próximo pode ajudar-nos bastante no árduo caminho da vida; especialmente, se não confiarmos que o próximo faça o mesmo esforço para compreender-nos.

[falsa cartola] minha invenção de hoje !


[falsa cartola] minha invenção de hoje !
Lanche/sobremesa toda sertaneja: com batata doce, queijo coalho, manteiga da terra, castanha de caju e mel de jandaira

sexta-feira, 6 de maio de 2016

[receita] Farofa vegetariana com feijão verde


Farofa vegetariana com feijão verde

Ingredientes [para 1 pessoa]:
1 cebola branca de tamanho médio
1 cenoura de tamanho médio
1 pimentão verde
2 dentes de alho
5 cl de azeite extravirgem de oliva
1 concha de feijão verde, cozido na água e sal

1 xícara de farinha de mandioca peneirada 
cheiro verde
sal fino
Cortar a cebola, a cenoura e o pimentão em tiras finas. Esquentar o azeite de oliva com os dois dentes de alho, cortados bem miúdos, numa capaz frigideira. Acrescentar as hortaliças e saltea-las por uns dez minutos, remexendo com a colher de pau o tempo inteiro. Juntar aos ingredientes na frigideira o feijão cozido, bem escoado, e uma xicara de farinha de mandioca peneirada. Salgar a gosto, acrescentar o cheiro verde e misturar energicamente todos os ingredientes por alguns minutos, até não formar uma farofa como aquela da foto.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

[receita] Risotto de sete grãos integrais com hortaliças


Risotto de sete grãos integrais com hortaliças

Ingredientes [para 1 pessoa]:
80 gr. de sete grãos integrais
1 cebola branca de tamanho médio
1 cenoura de tamanho médio
1 tomate maduro
1 abobrinha de tamanho pequeno
1 pimentão verde de tamanho médio
1 folha de repolho roxo
2 dentes de alho
5 cl de azeite de oliva extravirgem
sal fino
250 ml de água quente

Dourar no azeite de oliva o alho e a cebola fatiados sutilmente. Acrescentar o pimentão, a abobrinha, a folha de repolho roxo, cortados em tiras, e a cenoura em rodelas. Juntar ás hortaliças os sete grãos integrais e misturar bem com a colher de pau. Ajustar de sal, cobrir com os 250ml de água quente, fechar a panela com a tampa e deixar cozinhar a fogo baixo por aproximadamente 40 minutos, ou até quase toda a água secar. Com o fogo desligado, acrescentar o tomate, cortado em cubinhos, mexer bem tudo e deixar descansar o risotto por 5 minutos na panela coberta pela tampa, antes de consumi-lo.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

[receita] Risotto integral com repolho roxo


Risotto integral com repolho roxo

Ingredientes [para 1 pessoa]:
80 gr. de arroz integral orgânico
1 pequeno repolho roxo de aprox. 200 gr.
20 gr. de uva passa
8 castanhas de caju
2 dentes de alho
5 cl de azeite de oliva extravirgem
sal fino
250 ml de água quente

Refogar o alho no azeite de oliva. Acrescentar o repolho cortado miudo e misturar com a colher de pau por alguns minutos. Juntar o arroz e salgar a gosto. Misturar bem. Despejar na panela a água quente, cobrir com a tampa e deixar cozinhar por 35/40 minutos, dependendo do arroz usado. Com o fogo apagado, acrescentar as castanhas de caju cortadas em lascas, as passas, e misturar bem; cobrir com a tampa de novo e deixar abafar o risotto por 5 minutos antes de consumi-lo.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

[receita] Risotto de arroz da terra com pimentões coloridos



 Risotto de arroz da terra com pimentões coloridos

Ingredientes [para uma pessoa]:
80 gr, de arroz da terra
1 cebola branca de tamanho médio
3 pimentões verdes, quase maduros
5 cl de azeite extravirgem de oliva
1 pitada de sal
250 ml de água quente

Numa panela alta com tampa, refogar a cebola fatiada no azeite de oliva, até ficar dourada. Acrescentar os pimentões coloridos, cortados em finas tiras e deixar cozinhar por alguns minutos, remexendo com a colher de pau.
Juntar às hortaliças o arroz, temperar com uma pitada de sal e misturar bem todos os ingredientes.
Acrescentar 240 ml de água quente, cobrir a panela com a tampa e deixar cozinhar o risotto por aproximadamente 20 minutos, ou até a água não ter secado quase completamente. Desligar o fogo.
Remexer o risotto com a colher de pau e deixar abafar por cinco minutos na panela tampada antes de consumir.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

[meu sertão] quem cedo madruga... ganha um peixe e tem que ir comprar o coentro para fazer o pirão



Foi massa, hoje. Acordei bem cedinho, com o corpo todo dolorido pelo trabalho duro de pá e enxada dos dias anteriores. Com o céu todo azul, conferi a medição no pluviômetro¹ com uma hora de antecedência, e fui tomar banho de rio.
A água estava bem geladinha, mas em poucos minutos me acostumei e fiquei boiando entre um barquinho e outro dos poucos pescadores locais, que não foram pescar no Ceará, ou trabalhar numa fabrica de tijolos, para sobreviver à seca.
Pouco depois, desceu pro berço-dágua seu Zé, meu vizinho, que completou 81 anos umas semanas atrás. Ele é minha inspiração para um filme que tenho na cabeça, intitulado: "Zé Preto - Sempre fui pescador"...
Seu Zé começou a arrumar as coisas na canoinha dele e eu fui até lá para conversar um pouco com ele.
De pronto, me avisou que, com a chuva do dia anterior, o rio tinha subido oito centímetros. Estas medidas são tomadas pelos próprios pescadores em estacas marcadas, fincadas nas margens da barragem. Curiosamente, a chuva do domingo, que foi bem maior, não fez subir da mesma forma o nível do rio.
Seu Zé me explicou também como interpretar os sinais deixados por milhares de larvas de um bichinho aquático, que crescem nos troncos podres que ficam nas margens de rios e lagos. Vou explicar isso pra você outra vez, depois de eu entender direitinho.
É lendo os sinais da natureza, como esse daí, que seu Zé hoje decidiu ir pescar num serrote, que fica não muito distante e que, quando ele for lá, está dando sempre um peixinho pro almoço, pelo menos.
Me despedi de seu Zé e sai da água para voltar pra casa. No meio do caminho, chegou por trás, com passo ligeiro, outro pescador, Tonho. É a ele, quando passa na frente de casa, que eu pergunto, se acordar com vontade de comer um peixe:
~Esse peixe é pra vender? - e logo, por um precinho camarada, eu levo pra cozinha um tucunaré ou uma tilápia de um quilo, quilo e duzentos, que pra mim tá bom demais.
Tem dias, porém, como hoje, que ele me responde:
- Não é pra vender não - diz, com cara séria, e depois, abrindo um sorriso:
- Leve este peixe pra você, não precisa pagar...
Como já ando pelo Vale do Assu desde 2008, aprendi a não ficar discutindo em casos como este; isso faz parte da cortesia sertaneja, que tem regras não escritas, feitas por pessoas de palavra.
Agradeci, prometi uma bacia de umbu-cajás, e entrei em casa. Logo me lembrei que não tinha coentro, que, não sei você, mas por mim é um ingrediente fundamental do caldo de peixe, que vai virar um delicioso pirão.
Assim peguei a bicicleta e da-lhe 4+4km pedalando para ir e voltar até o mercadinho.
Mas, ainda este ano, eu planto coentro no meu quintal, juro!
¹ das 7h do 1º de fevereiro às 6h do dia 2,
o pluviômetro da Base IGARUANA registrou 18mm/m² de chuva.

domingo, 3 de janeiro de 2016

[Vale do Assu em canoa] Piratas existem de verdade?


Quando voltei do rolezinho, ontem, pro porto das canoas do Sítio Araras, ainda fiquei um tempo lá na margem.
Primeiro, depois de ter tirado colete, chapéu e bandana, tomei um bom banho refrescante. Nadei até um barquinho, apoitado num tronco de arvore semi-submerso pouco distante, e fiquei admirando os restos descascados de varias pinturas sobrepostas nas tábuas de madeira.
Por questão de praticidade, desde quando a estiagem afastou a margem do rio da vila, os pescadores locais estão abrigando suas canoas perto da descida pro rio do restaurante Chico Felix. Assim pouco depois apareceram alguns frequentadores do restaurante para tomar banho de rio.
Os primeiros foram quatro jovens de Mossoró, que deixaram as namoradas no restaurante e só ficaram contando vantagem uns pros outros o tempo todo. Me afastei um pouco, para não escutá-los sem querer.
Quando os quatro amigos foram embora, voltei para perto da canoa e comecei as manobras para pôr em seco a embarcação e depois amarra-la no carrinho. A margem cheia de pedras requereu a máxima atenção.
De longe, vi uma inteira grande família sertaneja, com representantes de quatro ou cinco gerações, que almoçaram no Chico Felix, descer pro meu lado: Na frente, destacando-se do grupo, três pirralhos chegaram correndo, um menino e duas meninas, alguns minutos antes dos outros.
Quando chegaram perto da margem, me senti em dever de avisá-los:
- Cuidado! Não entrem no rio sozinhos, esperem os adultos chegarem; pois pode ser perigoso", disse.
Os meninos pararam de correr a uns dois metros da margem e começaram a olhar pra todo lado.
Aí, uma das duas meninas veio perto de minha canoa e me perguntou, assim, do nada:
- Você é um pirata? -
Por um momento, rindo dentro de mim, fiquei pensando qual resposta seria mais apropriada e, na dúvida, fiz apenas um sorriso pra menina.
- A-hã! - ela disse, então, e...
- Eu sabia que os piratas existem de verdade! - confirmou consigo mesmo e ficou me estudando, curiosa, por um meio minuto, em silencio.
Eu continuei sem dizer nada e, logo depois, a atenção da menina foi chamada pelo grito do amiguinho:
- Vem ver! vem ver... encontrei um peixe! - e correu pra lá.
Eu voltei ao meu trabalho.