Ontem fui buscar minha filha na escola por um caminho diferente. Na rua principal dobrei à direita na rua da Graúna; onde o calçamento termina deparei com uma cena que achei cômica: dois burrinhos que andam soltos pela cidade estavam procurando comida no lixo da esquina, rasgando as sacolas feitos cachorros. Achei tão engraçados os dois jumentos vagabundos que acabei tirando umas fotografias deles...
De repente percebi a presença de alguém ao meu lado, aparecido do nada. Um rapaz que não conheço; que só vi uma vez na lotação vindo de Goianinha, depois lembrei.
Ele abriu um largo sorriso pra mim e disse: “tenho da boa!”; eu olhei assim meio perplexo e ele acrescentou: “pedra!”, abrindo um sorriso ainda maior, definitivamente sinistro. Aí já fiquei com desgosto e, sem dizer nada, continuei pelo meu caminho, entre o atônito e o encabulado.
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Hoje à tarde, enquanto o meu amigo J. foi trabalhar na escola, desconhecidos entraram na casa dele e carregaram o computador, o leitor mp3 e um dinheirinho apoiado em cima da mesa. Duas horas de ausência de casa que resultaram fatais; duas horas dedicadas à educação da nova geração pipense.